No Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, é essencial destacar a mobilidade social como um dos pilares para assegurar dignidade e justiça social. Em um Brasil onde cerca de 17 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza (IBGE), refletir sobre estratégias que promovam acesso a direitos fundamentais — como trabalho, educação, moradia e saneamento básico — é mais necessário do que nunca.
A Tese de Mobilidade Social, desenvolvida pela Fundação Grupo Volkswagen em parceria com a Artemisia, destaca que a mobilidade social é “um fenômeno relativamente novo na história da humanidade”, associado ao surgimento das sociedades modernas e industriais. Ela permite que indivíduos e famílias transitem entre diferentes classes sociais, criando uma perspectiva de ascensão econômica e melhores condições de vida.
Além disso, a tese destaca que o Brasil está entre os 52 países com altos níveis de desigualdade econômica, segundo o Banco Mundial. O Índice de Gini do país, acima de 40, evidencia um cenário que dificulta a redução da pobreza e o crescimento econômico, comprometendo o acesso a oportunidades educacionais e econômicas e enfraquecendo a coesão social.
A desigualdade estrutural no Brasil também está diretamente relacionada à pobreza, definida pelo economista Amartya Sen como uma privação de capacidades básicas. Para ele, a pobreza não é apenas uma questão de renda, mas da falta de liberdade e acesso a oportunidades para exercer a plena cidadania.
ODS e mobilidade social: alinhando metas globais à realidade local
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda global estabelecida pela ONU para promover a erradicação da pobreza, a proteção do planeta e a garantia de paz e prosperidade para todos até 2030. Esses 17 objetivos orientam ações colaborativas entre governos, empresas e sociedade civil, buscando transformar realidades em escala global.
Os projetos da Fundação Grupo Volkswagen refletem esse compromisso, promovendo acesso a oportunidades que permitem às pessoas ascender economicamente e melhorar suas condições de vida de forma sustentável. Essa abordagem está alinhada ao entendimento de que a mobilidade social é essencial para reduzir desigualdades e fortalecer a coesão social, especialmente em um país com altos índices de pobreza e desigualdade como o Brasil.
Cada iniciativa da Fundação está diretamente conectada a ODS específicos, promovendo impacto em diferentes frentes:
- CODE School: conecta-se ao ODS 4 (Educação de Qualidade) ao oferecer capacitação em tecnologia para jovens e promover oportunidades de carreira no setor de inovaçã;
- Carreta do Conhecimento: endereça os ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 10 (Redução das Desigualdades), capacitando trabalhadores para funções técnicas em regiões com maior vulnerabilidade;
- Costurando o Futuro: vinculado ao ODS 1 (Erradicação da Pobreza) e ao ODS 5 (Igualdade de Gênero), capacita mulheres em comunidades vulneráveis, gerando renda e autonomia;
- Edital “Juntos Pela Mobilidade Social”: promove o ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação) ao fortalecer OSCs locais para atuarem de forma colaborativa e assertiva nas comunidades.
Com metas estabelecidas até 2030, a Fundação desenvolve, além dessas iniciativas, diversos novos projetos-piloto implementados em parceria com organizações da sociedade civil (OSCs). Essas OSCs atuam de forma próxima às comunidades nos territórios prioritários, respeitando suas especificidades e potencializando os impactos locais.
Para o diretor-geral da Fundação, Vitor Hugo Neia, fortalecer as capacidades das comunidades é indispensável para garantir a independência. “Não estaremos nesses territórios para sempre, então é fundamental que as comunidades ganhem autonomia. Essas entidades locais são parceiras importantes nesse processo, pois entendem as necessidades específicas de cada região”, explica Neia.
Reflexões para avançar: mesa redonda especial
Como parte das comemorações de seus 45 anos, a Fundação promoveu uma mesa redonda para debater o papel do investimento social privado e sua relação com a mobilidade social. Especialistas enfatizaram a importância de ouvir as comunidades e trabalhar lado a lado com elas, respeitando suas especificidades e necessidades. Esses diálogos reforçam que ações assertivas e colaborativas são cruciais para gerar transformações reais. Confira mais detalhes neste artigo.
Histórias que inspiram
Os resultados já são visíveis. Alguns participantes do CO.DE School, por exemplo, já conseguiram empregos dentro do Grupo Volkswagen. Esses avanços mostram o impacto direto dessas iniciativas na vida das pessoas.
Douglas Pereira, vice-presidente de Recursos Humanos da Volkswagen do Brasil e presidente do Conselho da Fundação, compartilhou como a inclusão produtiva mudou a vida de sua própria família: “Meu pai saiu da roça em Minas Gerais e conseguiu um emprego na Volkswagen na década de 60. Isso permitiu que eu nascesse em São Bernardo do Campo, estudasse em escola pública e começasse minha carreira como jovem aprendiz no Senai. Essa trajetória transformou a vida da minha família”, relata Douglas.
Outro exemplo transformador vem do projeto Costurando o Futuro. Quatro costureiras participantes da iniciativa conseguiram lançar sua própria marca de moda, apresentando uma nova coleção em um desfile no Focus Fashion Summit 2024, um dos principais eventos do setor. O projeto não apenas capacitou essas mulheres em habilidades técnicas de costura e design, mas também forneceu ferramentas para que empreendessem com autonomia, fortalecendo suas trajetórias e gerando impacto em suas comunidades.
Conheça mais sobre a atuação da Fundação!
Se você quer entender melhor como os projetos da Fundação Grupo Volkswagen estão conectados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), acesse nosso Relatório de Atividades.