Documentário “Quem é o Selvagem agora?” destaca a conexão profunda entre os povos indígenas e a natureza

Com apoio da Fundação Grupo Volkswagen, o curta-metragem explora a rica cultura da aldeia Guarani Mbya, em São Bernardo do Campo (SP).

No dia 5 de setembro, em comemoração ao Dia da Amazônia e ao Dia Internacional da Mulher Indígena, foi lançado o documentário “Mava etu ndape kuaai? – Quem é o Selvagem Agora?” produzido pelo Instituto Social Cultural Brasil com apoio da Fundação Grupo Volkswagen e em parceria com a Secretaria de Cultura, Indústria e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A estreia ocorreu no auditório da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo, e foi marcada por apresentações culturais, como o toré, do povo Pankararu, e o toante, dos Guarani, celebrando a rica ancestralidade indígena.

O curta, que levou três anos para ser concluído, oferece uma imersão na vida da aldeia Guarani Mbya e desafia os espectadores a repensarem a relação entre o ser humano e a natureza, questionando conceitos tradicionais de civilização e selvageria.

No filme, os povos originários mostram que o equilíbrio entre humanidade e natureza é fundamental para a saúde e cura do planeta. Antigamente rotulados como “selvagens”, os indígenas ressaltam que o caminho para um futuro sustentável passa pelo retorno aos costumes tradicionais e pela compreensão de que todos os seres vivos estão interconectados.

Além de “Quem é o Selvagem Agora?”, a Mostra também apresentou o documentário “Desnudar o Maracá”, que trata da violência contra mulheres indígenas. Após as exibições, debates foram realizados para aprofundar as discussões provocadas pelos filmes.

Marcos Aguiar, Diretor de Assuntos Indígenas do Instituto Social Cultural Brasil e responsável por conduzir o evento, destacou a relevância da produção indígena no atual contexto. “Esse documentário foi feito inteiramente pelos Guarani. Em um momento como o que vivemos atualmente, com tantas questões ambientais, como a qualidade do ar e as queimadas, trazer essa produção à tona, com toda a reflexão que ela provoca, é extremamente importante. De um lado temos a questão das mulheres, e do outro, a questão ambiental trazida pelos povos indígenas.”

Renata Pifer, Gestora Administrativo-Financeira e membro do Comitê Gestor da Fundação Grupo Volkswagen, também esteve presente e ressaltou a importância de projetos que promovem a visibilidade dos povos indígenas.
“Para a Fundação, é uma grande honra contribuir com iniciativas que valorizam a ancestralidade e ajudam a preservar essas culturas tão ricas.”

O documentário é fruto da Oficina de Audiovisual e Percepção Ambiental realizada na aldeia Guarani Mbya e reafirma o compromisso da Fundação Grupo Volkswagen em promover a mobilidade social, alinhada ao seu propósito de fortalecer as comunidades tradicionais, prioritárias em suas ações.

Orgulho em apoiar

Vitor Hugo Neia, diretor-geral da Fundação, reforçou essa conexão. “As comunidades tradicionais estão entre os públicos prioritários das ações com as quais trabalhamos e, além disso, a cidade de São Bernardo do Campo é um dos territórios de atuação em que concentramos esforços. Portanto, trata-se de uma iniciativa completamente alinhada com o nosso propósito.”

Além disso, Neia considera que o curta-metragem ajuda a compreender melhor a cultura indígena e estimula a valorização da diversidade. “O Brasil tem hoje mais de 1,6 milhões de indígenas que precisam ser vistos, ter suas causas apoiadas, sua história respeitada. Considero que este documentário traz uma contribuição importante nesse sentido, uma vez que oferece uma visão íntima das tradições desses povos, além de promover o diálogo sobre a importância de se respeitar e preservar a diversidade cultural e ecológica”, completa.

Ao final do evento, a líder indígena Kilvane Pankararu recebeu uma placa de reconhecimento em homenagem à sua luta pelos direitos das mulheres indígenas.

Confira as imagens do evento: