Dar uma nova utilidade a materiais que seriam descartados é uma tendência em expansão. Essa prática tem sido comum no setor da moda. Muitas grifes já praticam o chamado upcycling (técnica que reutiliza materiais para a confecção de novas peças, sem desintegrar a matéria-prima, como ocorre na reciclagem). Nos últimos anos, a moda circular ganhou ainda mais força por conta de marcas preocupadas com o meio ambiente e também graças ao desejo e a ações dos clientes, que cobram por práticas mais sustentáveis. A exemplo da moda, indústrias de outros setores também investem em logística reversa e têm se responsabilizado pelos resíduos que geram e pela destinação correta de seus próprios produtos.
Seria incrível – e extremamente benéfico para o planeta – se todos os materiais gerados pelas empresas ou grande parte deles fosse reutilizada. Afinal, seriam necessários quase dois planetas Terra para sustentar o atual ritmo de consumo da população mundial. Melhor ainda se cada vez mais pessoas atuarem como agentes dessa transformação e se beneficiarem desse ciclo positivo!
Com esse propósito, na Fundação Grupo Volkswagen abraçamos o upcycling como estratégia para reaproveitar resíduos têxteis doados pelas marcas do Grupo Volkswagen, tais como revestimentos de bancos de carro e alças de cintos de segurança, que deixam de ser descartados e ganham nova vida. Para isso, a Fundação criou em 2009 o projeto Costurando o Futuro. Nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento de comunidades, capacitando a população mais vulnerável, especialmente mulheres, e fortalecendo práticas sustentáveis de inclusão produtiva por meio do empreendedorismo em costura.
Nesse projeto, junto aos nossos parceiros, tecemos um treinamento conceitual e técnico com formações voltadas ao planejamento de negócios, vendas, marketing, atuação em rede e sustentabilidade, incluindo o upcycling. Nosso papel é construir e compartilhar conhecimento para que as participantes estejam aptas para atenderem as demandas com eficiência, criatividade e paixão pelo que fazem.
Ideias novas são bem-vindas, claro. Acompanhamos e sabemos que o mercado também está em constante movimento, por isso a cada ano o projeto se renova, se reinventa e lança novas coleções. Em 2020, no auge da pandemia, produzimos mais de 121 mil máscaras de algodão e 16 mil máscaras acessíveis, com um plástico antiembaçante na região da boca, pensado para incluir pessoas com deficiência auditiva que realizam leitura labial. Era a necessidade do momento e trabalhamos para atendê-la da melhor forma possível: capacitando profissionais em novas possibilidades, gerando receita, incluindo pessoas e beneficiando a comunidade.
Além dos treinamentos gratuitos oferecidos pela Fundação Grupo Volkswagen, as costureiras recebem os tecidos como doação das marcas do Grupo e ficam com a renda das vendas de suas peças. Além disso, mantemos uma loja virtual que comercializa diversos itens produzidos com essa matéria-prima, entre eles, bolsas, estojos, mochilas, nécessaires. Um ciclo sustentável e vivo, que nos permitiu reaproveitar mais de 100 toneladas de tecidos automotivos desde o início do projeto e gerar mais de R$140 mil em renda para as participantes em 2022, com o e-commerce, bazares e a produção de brindes corporativos para o Grupo Volkswagen.
A indústria automotiva é uma das maiores do mundo e vem passando por uma transformação sem precedentes no que se refere a práticas mais sustentáveis, incluindo o incentivo a fontes de energia renováveis, descarbonização e busca por novas matérias-primas.
Na Fundação Grupo Volkswagen, arregaçamos as mangas e estamos contribuindo para esse movimento acelerar. Com o projeto Costurando o Futuro, diminuímos o descarte de resíduos, evitamos o consumo de novas matérias-primas, fomentamos a geração de renda, valorizamos o empoderamento feminino e contribuímos com o desenvolvimento das participantes, de seus negócios e de suas comunidades: uma solução 360º sustentável! O que você usa e consome tem muito do que você sente e acredita!