Cidades em movimento: inclusão produtiva e sustentabilidade é destaque em ação climática

Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025 debate sobre como os municípios podem liderar a geração de trabalho, renda e justiça climática

Na corrida contra o tempo para enfrentar a emergência climática, as cidades brasileiras vêm assumindo um papel cada vez mais central. Com 90% da população nacional vivendo em áreas urbanas, pensar o futuro do planeta passa, inevitavelmente, por pensar o futuro dos municípios. Foi com esse espírito que o Instituto Cidades Sustentáveis realizou, nos dias 15 e 16 de outubro, o Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025, em Brasília.

Durante o evento, foi lançada oficialmente a Declaração das Cidades na COP30, um compromisso que convida gestoras e gestores municipais a assumirem dez ações prioritárias rumo a uma transição ecológica justa. Entre elas, o cuidado com o solo, o ar e a água, a promoção da educação ambiental, o incentivo à agricultura local e o fortalecimento da justiça climática como valor estruturante.

A coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis do ICS, Zuleica Goulart, destacou a importância de iniciativas de combate a vulnerabilidades sociais e ambientais.  

“As cidades respondem por mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, os dados demográficos e socioeconômicos do censo revelam como as desigualdades socioeconômicas e raciais se refletem na exposição a riscos ambientais e climáticos, apontando para a necessidade de um planejamento urbano integrado e políticas públicas que abordem essas vulnerabilidades. Este é um compromisso das cidades brasileiras para avançar em direção à localização de iniciativas climáticas nas cidades e melhorar as capacidades de governança climática multinível em um contexto local”.

Inclusão produtiva é fundamental

Representando a Fundação Grupo Volkswagen, o diretor-geral da instituição, Vitor Hugo Neia, participou do painel “Geração de trabalho e renda para a redução da pobreza e das desigualdades”, ao lado de Aline Cardoso, especialista em Desenvolvimento Econômico Local, e Saumíneo Nascimento, diretor de Departamento de Apoio à Inserção no Trabalho. A mediação foi de Gustavo Zaven. 

Com o tema “As cidades na geração de oportunidades para a inclusão produtiva, negócios sustentáveis e cidadania”, o debate trouxe à tona experiências e caminhos para colocar a justiça social no centro da agenda ambiental.

“Quando falamos em mudanças climáticas, estamos falando também sobre acesso a direitos básicos. Sobre pessoas que estão nos territórios, que precisam gerar renda e viver com dignidade”, destacou Neia, em sua fala.

A Fundação, que atua há mais de quatro décadas com foco em mobilidade social, apresentou sua visão sobre como a inclusão produtiva e o fortalecimento das capacidades locais são ferramentas potentes para construir cidades mais resilientes. Neia também enfatizou a importância das alianças entre poder público, setor privado e sociedade civil para gerar impacto de longo prazo.

“Quando a gente apoia iniciativas que investem em formação, empreendedorismo, empregabilidade e na economia local, a gente está criando condições reais para que essas pessoas enfrentem as vulnerabilidades sociais e climáticas com mais autonomia e segurança”, completou o diretor-geral.

A presença da Fundação Grupo Volkswagen no Fórum reafirma seu compromisso com a agenda do clima e da justiça social, especialmente no contexto da COP30, que acontecerá em Belém do Pará em 2025. A instituição segue mobilizando parcerias, apoiando territórios e promovendo soluções que aliem desenvolvimento humano, preservação ambiental e equidade.

“É nas cidades que os desafios se encontram. Mas é também nelas que moram as soluções”, concluiu Vitor Hugo Neia.