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Projeto Autonomia no Montanhão forma a 1ª turma

Em parceria com a Associação Padre Leo Commissari, jovens da região receberam cursos profissionalizantes e agora seguem para o Programa de Aprendizagem da Volkswagen

Festa e lágrimas de alegria marcaram a formatura dos 30 alunos da primeira turma do Projeto Autonomia. A iniciativa da Fundação Grupo Volkswagen em parceria com a Associação Padre Leo Commissari oferece capacitação profissional a jovens de 16 a 21 anos do Montanhão, região periférica de São Bernardo do Campo (SP).  

“Tinha um sentimento muito grande de emoção e gratidão. Muitos pais vieram falar com a gente chorando, agradecendo pelo que a Fundação tem feito por seus filhos e pela família, já que além de aprenderem, os adolescentes puderam ajudar financeiramente em casa. Houve um impacto considerável ali”, revela Maria Ruanes, analista de Responsabilidade Social da FGVW. 

Ao longo de três meses, os jovens aprenderam informática, aulas sobre cidadania e ética, trabalho em equipe e desenvolvimento socioemocional. Para que pudessem estudar tranquilos, eles receberam uma bolsa-auxílio mensal de R$ 700. 

Amadurecimento  

Maria Ruanes afirma que sentiu uma mudança de percepção por parte dos alunos entre o início e o fim do curso. E enfatiza como uma formação direcionada, mesmo de curto prazo, pode fazer diferença na vida das pessoas. 

“Quando eles chegaram ouvi muitas falas de meninos e meninas dizendo que queriam ser influenciadores e empreendedores de mídias sociais. Três meses depois o discurso mudou e eu os vi com os pés mais no chão: sonhando em ir para o Senai, para a Volkswagen, ter uma carreira. Eu senti uma retomada de consciência da importância do trabalho e um amadurecimento no sentido de se preocupar, de fato, com o futuro”, diz Maria, orgulhosa. 
 
A psicóloga do Projeto Autonomia, Josimarcia Aparecido Liane, concorda. “Os adolescentes chegaram assustados, ansiosos e bem preocupados. Mas, no final, saíram com uma postura bem diferente. Estavam muito mais seguros, cheios de expectativas e de sonhos”. 

 
Próximos passos 

Agora, os jovens seguem rumo à jornada profissional, no Programa de Aprendizagem Volkswagen, em parceria com o Senai. Lá, eles ficarão por dois anos, aprendendo mais sobre tecnologia e informática. 

O diretor-geral da FGVW, Vitor Hugo Neia, além da capacitação profissional, a ideia é oferecer a possibilidade do primeiro emprego ou de mais aprendizagem. “Isso traduz muito o propósito da Fundação, que é a inclusão produtiva e a mobilidade social”, ressalta. 

Que isto seja só o começo de uma trajetória que vocês vão cada vez mais prosperar, entrar na faculdade, conseguir emprego e alcançar tudo o que desejam”, declarou Vitor, na formatura. 

Para a aluna Daniele de Souza Lopes, o Projeto Autonomia agregou conhecimento à sua vida e já começou a abrir portas. “Tenho certeza de que ir para o Senai me trará muita coisa boa e que continuarei evoluindo como pessoa e profissional. Sou muito grata à Fundação e à Padre Leo por esta oportunidade”, declara.   


Montanhão 
 
O Montanhão inclui nove comunidades e quatro bairros da periferia de São Bernardo do Campo. O território vem passando por um longo processo de urbanização das moradias da população, que até então habitavam em barracos ou alojamentos. De uns anos para cá, muitos tem se mudado para conjuntos habitacionais populares. 

Embora a cidade possua grandes centros culturais e esportivos, a população mais vulnerável não consegue ter acesso, pois a maior parte desses equipamentos fica no centro da cidade. Como o deslocamento custa caro e a taxa de desemprego na região é alta, as crianças, adolescentes e jovens crescem sem qualquer tipo de incentivo nessas áreas. 

No que diz respeito à educação, embora São Bernardo tenha um dos melhores índices educacionais do estado de São Paulo, os alunos do Montanhão não refletem os mesmos resultados. O desenvolvimentos dos alunos matriculados na região têm o desenvolvimento de aprendizagem comprometido por fatores sociais e familiares, como: falta de alimentação adequada, moradias insalubres, ausência de estímulos para a permanência na escola, pouco ou nenhum contato com atividades extracurriculares. 

Tudo isso aumenta as possibilidades de adolescentes e jovens não concluírem os ensinos básico e médio, influenciando diretamente no ingresso deste grupo social na educação de nível técnico e superior. 


Sobre a Associação Padre Leo Commissari 

A Associação de Promoção Humana e Resgate da cidadania foi fundada em 1996 por Padre Leo Commissari, pelo Projeto Igrejas Irmãs – Diocese de Ímola (Itália) e a Diocese de Santo André  (Brasil). Os missionários sempre tiveram presente no Montanhão, atuando em benefício da população periférica.  

A escola profissionalizante foi criada em homenagem ao Padre, morto em 21 de junho de 1998, vítima da violência urbana.  Ela foi pensada para resgatar a dignidade das pessoas por meio da qualificação profissional. Dessa forma, os moradores do Montanhão poderiam entrar ou retornar ao mercado de trabalho, adquirir independência econômica, e superar problemas relacionados à pobreza. 

Desde então, a Associação busca promover diversas atividades alternativas para ajudar jovens e adultos; as crianças – com a Creche Margarida; os adolescentes – oferecendo dança, música, idiomas, ginástica, acesso à cultura em suas múltiplas expressões e estímulo à leitura por meio da biblioteca comunitária. 


Confira as fotos: