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Projeto Autonomia: a educação como ferramenta de transformação 

Segunda turma começa repleta de sonhos e novas perspectivas 

As aulas da segunda turma do Projeto Autonomia começaram trazendo novas oportunidades para jovens da periferia de São Bernardo do Campo (SP). A aula inaugural foi marcada por momentos inspiradores, contando com a presença de Vitor Hugo Neia, diretor-geral da Fundação Grupo Volkswagen, e Zana Lima, primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade do município. 

Durante a abertura, os convidados compartilharam suas histórias e reforçaram a importância da educação, determinação e apoio para a construção de um futuro promissor. 

Zana Lima destacou sua trajetória e incentivou os jovens a aproveitarem essa oportunidade ao máximo: “Tudo na nossa vida é possível, desde que você busque, desde que aproveite a oportunidade. Talvez seus sonhos sejam um, mas depois vocês entenderão que há uma oportunidade muito maior.” 

Já Vitor Hugo Neia, ao falar sobre sua experiência profissional, mostrou como a educação pode abrir portas. “Hoje eu sou o diretor da Fundação Volkswagen, mas eu comecei como office boy. Graças à educação, olha aonde eu cheguei.”

 

O Que é o Projeto Autonomia? 

O Projeto Autonomia é uma iniciativa da Fundação Grupo Volkswagen em parceria com a Associação Padre Leo Commissari, que oferece qualificação profissional para 32 jovens de 16 a 21 anos da região do Montanhão.  

São oferecidos cursos de Informática e Assistente Administrativo, cada um com carga horária de 160 horas. Durante os meses de formação profissionalizante, os jovens recebem uma bolsa-auxílio mensal de R$ 700. O curso vai muito além das habilidades técnicas, trazendo temas essenciais como: 

– Cidadania e ética 
– Discussão sobre projetos de vida 
– Orientação profissional 
 
O compromisso vai além de diminuir os índices de desemprego entre os jovens do Montanhão. O projeto busca estimular suas potencialidades, promovendo autonomia, autoestima, protagonismo e geração de renda. A meta é impactar positivamente na qualidade de vida dos participantes e de suas famílias. 

O público prioritário dessa iniciativa inclui negros, pardos, mulheres, pessoas com deficiência (PCDs) e membros da comunidade LGBTI+, além de todos os residentes das comunidades do Montanhão que enfrentam vulnerabilidade social e falta de renda familiar. 

Neste caminho, a Fundação Grupo Volkswagen reafirma seu compromisso de promover a diversidade e mobilidade social nas regiões onde atua. 


Sonhos e Expectativas dos Alunos 

Os jovens da segunda turma do projeto estão animados com a oportunidade. Para Samuel Ribeiro, 16 anos, essa capacitação representa um passo importante para seu futuro. “Meu sonho é abrir um negócio, uma empresa e expandir para outros países”, ressalta. 

Já Melissa Bianca Santana, 16 anos, quer ser empresária, e destaca sua gratidão pela chance de aprender e crescer profissionalmente. “Eu sei que é uma oportunidade que muitos não tiveram. Conhecimento nunca é demais e eu procuro muito conhecimento aqui. Acredito que o Projeto Autonomia vá agregar muito à minha vida”, ressalta. 

Como explicou a analista de Responsabilidade Social da FGVW, Maria Ruanes, “o Projeto Autonomia tem a perspectiva de não só fornecer uma capacitação profissional, mas de construir uma trajetória junto com os educadores e formadores.” 


O Contexto do Montanhão 

O Montanhão inclui nove comunidades e quatro bairros da periferia de São Bernardo do Campo. O território vem passando por um longo processo de urbanização das moradias da população, que até então habitavam em barracos ou alojamentos. Nos últimos anos, muitos têm se mudado para conjuntos habitacionais populares. 

Embora a cidade possua grandes centros culturais e esportivos, a população mais vulnerável tem dificuldade de acesso, pois a maior parte desses equipamentos fica no centro da cidade. Como o deslocamento custa caro e a taxa de desemprego na região é alta, as crianças, adolescentes e jovens crescem sem incentivos nessas áreas. 

No que diz respeito à educação, embora São Bernardo tenha um dos melhores índices educacionais do estado de São Paulo, os alunos do Montanhão não refletem os mesmos resultados. O desenvolvimento dos estudantes da região é comprometido por fatores sociais e familiares, como: 

– Falta de alimentação adequada 
– Moradias insalubres 
– Ausência de estímulos para a permanência na escola 
– Pouco ou nenhum contato com atividades extracurriculares 

Tudo isso aumenta as possibilidades de adolescentes e jovens não concluírem os ensinos básico e médio, impactando diretamente no ingresso deste grupo social no ensino técnico e superior. 


Sobre a Associação Padre Leo Commissari 

A Associação de Promoção Humana e Resgate da Cidadania foi fundada em 1996 por Padre Leo Commissari, pelo Projeto Igrejas Irmãs – Diocese de Ímola (Itália) e a Diocese de Santo André (Brasil). Os missionários sempre estiveram presentes no Montanhão, atuando em benefício da população periférica. 

A escola profissionalizante foi criada em homenagem ao Padre Leo, morto em 21 de junho de 1998, vítima da violência urbana. O espaço foi pensado para resgatar a dignidade das pessoas por meio da qualificação profissional, permitindo que os moradores do Montanhão ingressem ou retornem ao mercado de trabalho, adquiram independência econômica e superem desafios relacionados à pobreza. 


Desde então, a Associação promove diversas atividades alternativas para ajudar jovens e adultos, incluindo: 

– Creche Margarida, para crianças 
– Dança, música e idiomas para adolescentes 
– Ginástica e acesso à cultura em suas múltiplas expressões 
– Estímulo à leitura por meio da biblioteca comunitária