Tese de Mobilidade Social: caminhos para um Brasil mais justo e igualitário

Estudo inédito feito pela FGVW mostra que, embora há dezenas de desafios a serem superados, é possível transformar a realidade do país

  • Falta de oportunidades educacionais: Dificuldade de acesso a uma educação de qualidade desde a primeira infância, com altas taxas de evasão escolar no ensino médio. A falta de acesso à educação superior agrava ainda mais essa desigualdade. Além disso, a qualidade do ensino é extremamente desigual entre as classes sociais. Isso afeta as oportunidades futuras de crianças e jovens. A tese ainda aborda como a violência e a falta de transporte levam famílias a tomarem decisões educacionais baseadas na logística. Escolas mais próximas e modais de menor custo são a principal escolha para a população de menor renda. 
  1. Desigualdades na saúde: A dificuldade de acesso a hospitais e postos de saúde, especialmente em áreas periféricas, é um desafio crítico. Isso afeta pré-natal, acompanhamento infantil e saúde mental, impactando o desenvolvimento e a capacidade de aprendizado das crianças. É um problema que se estende pela vida toda, na maioria das vezes.  
  1. Desigualdade de gênero e raça: Mulheres negras são as mais afetadas pela pobreza e têm menos oportunidades de ascensão social, devido à discriminação racial e de gênero no mercado de trabalho.  
  1. Desemprego e trabalho informal: A população mais pobre enfrenta maiores dificuldades para conseguir empregos formais e bem remunerados. Por isso, recorrem frequentemente ao trabalho informal, que oferece menor segurança e oportunidades de crescimento. 
  1. Falta de acesso a serviços essenciais: Deficiência no acesso a saneamento básico, moradia digna, transporte público de qualidade e outros serviços essenciais, que afetam a qualidade de vida e a capacidade de ascensão social. 
  1. Desigualdade de renda e baixa inclusão financeira: A dificuldade no acesso à rede bancária é uma das principais razões para a não bancarização da população, especialmente a de baixa renda. Os correspondentes bancários ajudam na inclusão financeira, mas não suprem todas as dificuldades. Além disso, sem acesso a crédito ou instrumentos financeiros adequados, muitos empreendedores de baixa renda deixam de expandir seus negócios. Outro ponto é a alta concentração de renda que, no Brasil dificulta o acesso da população mais pobre a bens e serviços, perpetuando ciclos de pobreza e exclusão social. 
  1. Discriminação e preconceito: A discriminação racial e social dificulta o acesso da população mais pobre a empregos, educação e outros serviços, limitando suas oportunidades de ascensão social, assim como as desigualdades territoriais. 
  1. Desigualdade digital: Apenas 23% da moradias das classes D e E possuem acesso à internet, se comparado com 98% da classe A, evidenciando a disparidade no acesso à mobilidade social. O acesso limitado à tecnologia restringe as possibilidades de crescimento profissional e econômico. 
  1. Falta de políticas públicas eficazes: Sem um planejamento estruturado, a desigualdade persiste e se perpetua. 
  1. Educação: Fundamental para equipar indivíduos com as habilidades necessárias para melhores oportunidades no mercado de trabalho. 
  1. Geração de renda e inclusão produtiva: Empregabilidade e empreendedorismo como ferramentas essenciais para a independência financeira. 
  1. Inclusão financeira: Facilitar o acesso a crédito e serviços bancários para apoiar pequenos negócios e promover autonomia econômica. 
  • Criar empregos e oportunidades para populações vulneráveis. 
  • Oferecer serviços financeiros acessíveis para pequenos empreendedores. 
  • Proporcionar educação de qualidade por meio de tecnologias inovadoras. 
  • Desenvolver soluções para melhorar o acesso à saúde e à moradia digna. 
  • Inovar em mobilidade urbana para reduzir desigualdades territoriais. 

  • Conhecimento profundo do público-alvo: É fundamental que os negócios compreendam as necessidades, dores e desafios específicos das pessoas desfavorecidas que buscam atender. 
  • Empregabilidade: Os modelos de NIS devem estar focados em promover a mobilidade, aumentar renda e dar oportunidades de progredir na área em que atuam. 
  • Envolvimento da comunidade: Priorizar o engajamento e a inserção de grupos marginalizados.  
  • Parcerias: Amplificar seu alcance e aumentar o investimento em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). 

  • Economia Verde: Promove práticas sustentáveis e a utilização de tecnologias limpas e gera empregos em áreas como energia renovável, agricultura orgânica e gestão de resíduos. A inclusão nessa economia pode ocorrer por meio de programas de capacitação em energias renováveis para jovens de baixa renda ou apoio a pequenos agricultores na transição para modelos de produção orgânica. 
  • Economia Digital: A expansão da tecnologia e da digitalização cria inúmeras oportunidades de emprego e empreendedorismo. A inclusão produtiva nesse sentido significa capacitar jovens em programação, desenvolvimento de software e outras habilidades digitais, além de oferecer acesso a equipamentos e infraestrutura necessários. 
  • Economia Criativa: Este setor valoriza a cultura, o conhecimento e a criatividade na produção de bens e serviços. A inclusão pode ser promovida por meio de apoio a artistas e empreendedores criativos de comunidades periféricas, fomento a negócios que valorizem a cultura local e investimentos em infraestrutura cultural em regiões desfavorecidas.