Além dos muros da escola: Brincar promove Laboratório de Práticas Pedagógicas

O Laboratório buscou ser um espaço de estudo, vivências e experimentações que articularam a educação e a cultura
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Em novembro, foram finalizadas as atividades anuais do Laboratório de Práticas Pedagógicas Inclusivas, um ciclo formativo realizado no âmbito do Projeto Brincar, iniciativa da Fundação Volkswagen desenvolvida pela Mais Diferenças em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

O último encontro ocorreu na Casa MD, no bairro paulistano do Pacaembu, onde foi realizada a apresentação do filme acessível “Longe da Árvore”, baseado no livro “Longe da Árvore: pais, filhos e a busca da identidade”, de Andrew Solomon. Ao final, ocorreu um debate sobre diversidade, deficiências e o papel do educador na inclusão de pessoas com deficiência, articulando o percurso traçado para os participantes, que envolveu atividades culturais, estudos e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas.

Ao longo de cinco encontros, educadores da rede municipal participaram de atividades em diversos espaços culturais da cidade de São Paulo (SP). A programação teve como proposta diversificar e ampliar repertórios em diferentes linguagens artísticas e culturais. No Sesc Santana, a exposição “Raiz, Memória e Humanidade” foi uma oportunidade de reflexão sobre cultura popular, memória e pertencimento por meio da fotografia.

A mesma linguagem foi abordada, sob outra perspectiva, na mostra “Man Ray em Paris”, com obras do fotógrafo estadunidense Man Ray. Nela, os visitantes puderam experimentar os recursos de acessibilidade produzidos pela Mais Diferenças para a exposição do Centro Cultural Banco do Brasil. Já no dia do espetáculo “A Verdadeira História do Barão”, além do contato com a ludicidade e os diversos recursos cênicos apresentados pela Companhia Cênica Nau de Ícaros, eles tiveram uma conversa com o diretor artístico e coordenador geral do grupo, Marco Vettore.

Em todos esses encontros, os educadores trocaram informações sobre as práticas que desenvolveram em seus cotidianos escolares inspiradas pelas atividades do Laboratório. “O ponto que mais me chamou atenção foi o quanto a arte e cultura promovem uma visão em nós mais libertadora e rica para tantas coisas e principalmente para com as pessoas”, refletiu uma das educadoras participantes.

No passeio pela Biblioteca de São Paulo, o grupo teve a oportunidade de conhecer todos os espaços, o acervo e os equipamentos de Tecnologia Assistiva que facilitam a leitura de pessoas com deficiência e que estão disponíveis para todos os frequentadores. A programação deste encontro incluiu a participação em uma entrevista com a escritora Betty Milan, conduzida pelo jornalista Manuel da Costa Pinto, do programa “Segundas Intenções”, que abordou a relação da entrevistada com os livros, a leitura e sua trajetória como escritora.

Ao longo deste semestre, o Laboratório de Práticas Pedagógicas Inclusivas buscou ser um espaço de estudo, vivências e experimentações que articularam a educação e a cultura, destacando a importância da diversificação das estratégias e metodologias de formação continuada, explorando a interdisciplinaridade e extrapolando os limites das unidades educacionais. Tudo isso tendo a oferta cultural da cidade de São Paulo como ponto de partida, inspiração e provocação para o desenvolvimento de práticas pedagógicas para todos e todas.

*Conteúdo publicado a partir de texto original disponível no Blog da Mais Diferenças

Sobre o Brincar

O Brincar é um projeto de educação realizado pela Fundação Volkswagen em parceria com a OSCIP Mais Diferenças e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP). Seu objetivo é contribuir para o fortalecimento da qualidade da educação, em uma perspectiva acessível e inclusiva, que envolve a todos: alunos, comunidade escolar e familiares. Ao brincar, a criança fortalece vínculos e desenvolve competências essenciais. O projeto contribui para que o brincar cumpra, também, outro papel fundamental: o da inclusão. Isso acontece independentemente das condições físicas, intelectuais ou sociais das crianças, especialmente no início da trajetória escolar.